Santa Filomena - Imagem

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anjo da paz















Narra para nós a irmã Lúcia:
Passado algum tempo, voltamos com os nossos rebanhos para esse mesmo sítio e repetiu-se o mesmo, da mesma forma. As minhas companheiras contaram, de novo, o acontecido. E o mesmo, passado outro espaço de tempo. Era a terceira vez que minha Mãe ouvia falar, por fora, destes acontecimentos, sem eu ter dito palavra em casa.
Chama-me, então, já pouco contente, e pergunta-me:Vamos a ver: o que é que vocês dizem que vêem para aí?! Não sei, minha Mãe. Não sei o que é.

Várias pessoas começaram por fazer troça. E como eu, des­de a minha primeira comunhão, me ficava por algum tempo como que abstrata, recordando o que se tinha passado, minhas Irmãs, com algo de desprezo, perguntavam-me: Estás a ver algum embrulhado no lençol?
Estes gestos e palavras de desdém eram-me muito sensí­veis, pois eu não estava habituada senão a carinhos. Mas isto não era nada. É que eu não sabia o que o bom Deus me tinha reservado para o futuro.
Por este tempo, o Francisco e a Jacinta pediram e obtive­ram, como já contei , a licença dos pais, para co­meçarem a guardar o seu rebanho. Deixei, pois, estas boas companheiras e substituí-as por meus primos: o Francisco e a Jacinta. Combinamos, então, pastorear os nossos rebanhos nas propriedades de meus tios e de meus Pais, para não nos juntar­mos na serra com os demais pastores.

Um belo dia, fomos com as nossas ovelhinhas para uma pro­priedade de meus pais que fica ao fundo do dito monte voltado ao nascente. Chama-se essa propriedade Chousa Velha. Aí pelo meio da manhã, começou a cair uma chuva miudinha, pouco mais que orvalho. Subimos a encosta do monte, seguidos das nossas ovelhinhas, em procura de um rochedo que nos servisse de abri­go. Foi então que pela primeira vez entramos nessa caverna aben­çoada. Fica em meio dum olival pertencente a meu padrinho Anastácio. Desde ali, avista-se a pequena aldeia onde nasci, a casa de meus pais, os lugares da Casa Velha e Eira da Pedra. O olival, pertencente a vários donos, continua até se confundir com estes pequenos lugares. Aí passamos o dia, apesar da chu­va haver passado e de o sol se haver descoberto lindo e claro. Comemos a nossa merenda, rezamos o nosso Terço e não sei se não seria um daqueles que costumávamos, com o afã de brincar, como já disse a V. Ex.da Rev.ma, passar as contas dizendo só a palavra Ave-Maria e Padre-Nosso! Terminada a nossa reza, começamos a jogar as pedrinhas.
Alguns momentos havia que jogávamos, e eis que um vento forte sacode as árvores e faz-nos levantar a vista para ver o que se passava, pois o dia estava sereno. Vemos, então, que sobre o olival se encaminha para nós a tal figura de que já falei. A Jacinta e o Francisco ainda nunca a tinham visto, nem eu lhes havia falado nela. À maneira que se aproximava, íamos divisan­do as feições: um jovem dos seus 14 a 15 anos, mais branco que se fora de neve, que o sol tornava transparente como se fora de cristal e duma grande beleza. Ao chegar junto de nós, disse:

Não temais! Sou o Anjo da Paz. Orai comigo.anjo da paz

E ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão e fez-nos repetir três vezes estas palavras:

Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam.

Depois, erguendo-se, disse:

Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas.

As suas palavras gravaram-se de tal forma na nossa mente, que jamais nos esqueceram. E, desde aí, passávamos largo tempo assim prostrados repetindo-as, às vezes, até cair cansados. Recomendei logo que era preciso guardar segredo e, desta vez, graças a Deus, fizeram-me a vontade.
Passado bastante tempo , em um dia de verão, em que havíamos ido passar a sesta a casa, brincávamos em cima dum poço que tinham meus pais no quintal a que chamávamos o Arneiro. De repente, vemos junto de nós a mesma figura ou Anjo, como me parece que era, e diz:

que fazeis? 
Que fazeis? Orai, orai muito. Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente, ao Altíssimo, orações e sacrifícios.

Como nos havemos de sacrificar? - perguntei.

De tudo que puderdes, oferecei a Deus sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai, com submissão, o sofrimento que o Senhor vos enviar.

Passou-se bastante tempo e fomos pastorear os nossos re­banhos para uma propriedade de meus Pais que fica na encosta do já mencionado monte, um pouco mais acima dos Valinhos. É um olival a que chamávamos Prégueira. Depois de termos me­rendado, combinamos ir rezar na gruta que ficava a outro lado do monte. Demos, para isso, uma volta pela encosta e tivemos que subir uns rochedos que ficam ao cimo da Prégueira. As ovelhas conseguiram passar com muita dificuldade.
Logo que ai chegamos, de joelhos, com os rostos em terra, começamos a repetir a oração do Anjo: Meu Deus! Eu creio, ado­ro, espero e amo-Vos, etc. Não sei quantas vezes tínhamos repe­tido esta oração, quando vemos que sobre nós brilha uma luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que se passava e vemos o Anjo , tendo em a mão esquerda um Cálice, sobre o qual está suspensa uma Hóstia, da qual caem algumas gotas de Sangue dentro do Cálice. O Anjo deixa suspenso no ar o Cálice, ajoelha junto de nós, e faz-nos repetir três vezes:

Santíssima Trindade, Padre, Filho, Espírito Santo, 
(adoro--Vos proanjofundamente e) ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indi­ferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

hostiaDepois levanta-se, toma em suas mãos o Cálice e a Hóstia. Dá-me a Sagrada Hóstia a mim e o Sangue do Cálice divide-o pela Jacinta e o Francisco , dizendo ao mesmo tempo:

Tomai e bebei o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.

E prostrando-se de novo em terra, repetiu conosco outras três vezes a mesma oração: Santíssima Trindade... etc, e desa­pareceu. Nós permanecemos na mesma atitude, repetindo sempre as mesmas palavras; e quando nos erguemos, vimos que era noite e, por isso, horas de virmos para casa.




 Vídeo: 1º Aparição do Anjo da Paz aos três Pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta



Vídeo: 2º Aparição do Anjo da Paz aos três PastorinhosLúcia, Francisco e Jacinta



Vídeo: 3º Aparição do Anjo da Paz aos três PastorinhosLúcia, Francisco e Jacinta


(Texto extraído do Livro: Memórias da Irmã Lúcia, 8º Edição) 

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